JULHO A DEZEMBRO 2024

A história que o Azulejo tem para contar

Arruda dos Vinhos possui um importante património azulejar que se distribui por igrejas, edifícios civis e até pelas ruas da vila.

O termo “azulejo” deriva etimologicamente do árabe Al Zulej ou Az Zuleich, que significa “pedra lisa e polida”. A pequena placa cerâmica, geralmente quadrada e com uma das faces vidradas, é hoje uma marca distintiva da cultura artística portuguesa. E ainda que não tenham sido os portugueses os criadores desta arte, ela foi utilizada entre nós de forma ininterrupta por mais de cinco séculos, não servindo apenas como ornamento decorativo e arquitetónico, mas também como objeto artístico, marcando a urbanidade através dos revestimentos azulejares interiores e exteriores, nomeadamente em palácios, igrejas e outros edifícios.

O Circuito do Azulejo é uma viagem agradável por três séculos de história do azulejo em três ambientes distintos: do luxuriante jardim, interior e capela do Palácio do Morgado, atualmente Biblioteca Municipal Irene Lisboa, ao vasto acervo de azulejaria da Igreja de Nossa Senhora da Salvação - Matriz de Arruda dos Vinhos.

A Igreja Matriz de Arruda dos Vinhos possui uma notável coleção de azulejo in situ, numa majestosa combinação de azulejos, talha e pintura.

Tem início com padrões do século XVI, contrapondo-se à narratividade e monumentalidade que identifica o azulejo a azul e branco e convivendo com os períodos rococó e pombalino, numa multiplicidade de cores. Nas paredes das naves apresentam-se vários revestimentos de azulejos mitológicos e bíblicos. Destacam-se os azulejos de padrão ponta de diamante e maçaroca e os dois painéis figurativos retangulares São Cristóvão e Perseu e Andrómeda. A decorar as paredes da capela-mor encontram-se os painéis Sacrifício de Abraão e Scala Coeli.

A capela do Santíssimo Sacramento conserva um verdadeiro mostruário da azulejaria rococó, exibindo cenas da vida de São Francisco de Assis. No corredor comunicante com a sacristia encontramos azulejos de padrão pombalino. 
Ocupando um terço da fachada do Palácio do Morgado, a capela adjacente comunica com o interior e exterior do complexo arquitetónico. De uma só nave e altar, o acesso para a via pública ostenta a data de 1781 e teria por orago São Domingos de Gusmão. Crê-se que em tempos existiria uma imagem desse santo na Capela, assim como uma tela relativa a esta iconografia hagiográfica.

Com acesso à sacristia, a capela tem uma escadaria comunicante com o andar nobre. A Saleta da Tribuna, espaço de representação social, permite, através da Tribuna Nobre, vislumbrar as paredes da nave forradas a azulejos azuis e brancos do século XVIII com emblemas marianos. No interior do Palácio observam-se azulejos com pintura policroma e marmoreada do tipo grinaldas estilo D. Maria I.

Venha descobrir o encanto do pequeno quadrado de barro vidrado e deixe-se envolver pela história que o Azulejo tem para contar. 

Contactos
Posto de Turismo de Arruda dos Vinhos
Centro Cultural do Morgado
(+351) 263 977 035
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